.

.
.

Mensagem da Semana

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12

domingo, 10 de abril de 2011

Filha de Fujimori aposta em legado do pai para avançar em eleições no Peru


Keiko é uma dos três candidatos que brigam para chegar ao segundo turno das eleições presidenciais deste domingo, ao lado do ex-presidente Alejandro Toledo e do ex-ministro de Economia Pedro Pablo Kuczynski. O líder das pesquisas de intenção de voto é Ollanta Humala (centro-esquerda), que tem a vaga no segundo turno praticamente garantida. Candidata pelo partido Fuerza 2011, Keiko baseou sua campanha na defesa do projeto do pai - cujo governo foi marcado por violações de direitos humanos e escândalos de corrupção. Keiko mantém um "núcleo duro" de apoio popular estimado em 20% das intenções de voto. De acordo com o Instituto de Opinião Pública (IOP) da Universidade Católica do Peru, um em cada cinco peruanos apoia Keiko ou o fujimorismo. "Essa é a base de apoio herdada do pai, quem fez um governo paternalista, relativamente bom em termos econômicos e nefasto no campo democrático", afirmou à BBC Brasil o analista político peruano Fernando Villáran. Já Keiko afirmou que o governo de Fujimori foi o responsável pelo "fim do terrorismo" e por abrir caminho para a atual estabilidade econômica do país. A política conservadora, hoje com 35 anos, participou ativamente do governo de Fujimori. Assumiu o papel de primeira-dama do país aos 19 anos, durante seis anos, período em que dirigiu uma fundação infantil. Eleita senadora, em 2006, Keiko prometeu durante a corrida presidencial mais segurança, redução da pobreza - que afeta pelo menos um terço da população - e estabilidade aos peruanos. ‘Retrocesso’ Para o sociólogo David Sulmont, da Universidade Católica do Peru, o regresso do "fujimorismo" ao poder seria um "retrocesso democrático" e abriria caminho à polarização e perseguição política. "Muitos personagens que estão ao lado da candidata, são pessoas que acompanharam o governo Fujimori até o último momento", afirmou Sulmont à BBC Brasil. "Seria uma derrota moral e política para os setores da sociedade que lutaram contra a ditadura de Fujimori.” Analistas consideram que entre os projetos políticos de Keiko está a libertação de seu pai, condenado a 25 anos de prisão pela morte de 25 pessoas e por outras violações de direitos humanos durante seu governo. Keiko disse que não intervirá para libertação do ex-presidente. "A sentença contra meu pai é injusta, mas respeitamos a decisão do Poder Judicial." Na última semana de campanha, os adversários de Keiko não deixaram passar em branco a data do autogolpe de Fujimori, em 5 de abril de 1992, quando o ex-presidente dissolveu à força o Congresso Nacional, acusando o Parlamento de bloquear um conjunto de leis econômicas e de combate à guerrilha. "Nunca mais um 5 de abril no Peru. A democracia que defendemos ontem, devemos preservá-la agora", escreveu Alejandro Toledo em seu perfil no Twitter. Keiko tentou, durante a campanha desvincular-se dos escândalos da era Fujimori ao acusar Vladimiro Montesinos - assessor e braço direito do ex-presidente - como o principal responsável pelos crimes de violação de direitos humanos e corrupção. Em 2006, Montesinos foi condenado a 20 anos de prisão, acusado corrupção e assassinatos. No campo econômico, a filha de Fujimori representa a continuidade das políticas adotadas pelo atual governo de Alan García, com incentivo a investimentos estrangeiros e ao livre comércio. Se chegar ao segundo turno, Keiko e Humala, favorito para vencer o primeiro turno, disputariam o voto dos setores populares, nos quais se insere a maioria da população peruana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário