Cotada para compor chapa estadual em 2026, Maura teria usado evento de honraria para propagar fake news contra a prefeita de Arari — filiada ao MDB, partido presidido pelo pré-candidato ao governo Orleáns Brandão
A prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, esteve em Arari neste domingo (30) para receber o título de “Cidadã Arariense”, aprovado ainda no ano 2000 e que só agora foi entregue formalmente. A solenidade, que deveria ter caráter institucional, acabou marcada por baixa adesão popular, clima de tensão e declarações controversas.
Durante o evento, Maura Jorge espalhou uma informação falsa ao afirmar que jovens teriam sido pagos para provocar tumultos — alegação rapidamente desmentida por moradores e lideranças locais. A fala foi interpretada como um ataque direto à prefeita de Arari, Simplesmente Maria, que é filiada ao MDB.
A situação ganhou ainda mais repercussão pelo fato de Maura ser apontada nos bastidores como possível vice na chapa de Orleáns Brandão (MDB) ao governo do Estado em 2026. O gesto de atacar uma gestora do próprio partido soa contraditório e expõe um desgaste interno no grupo político.
Além da polêmica envolvendo fake news, o encontro serviu como palanque para impulsionar a pré-candidatura de Rui Jorge Neto, filho de Maura Jorge, à Assembleia Legislativa, contando com a articulação de vereadores da cidade. Para um público de aproximadamente 100, a entrega do título soou instrumentalizada para fins eleitorais.
Diante do episódio, cresce a expectativa sobre qual posição será adotada pela direção estadual do MDB. O partido, atualmente presidido pelo secretário de
Estado e pré-candidato ao governo, Orleáns Brandão, enfrenta agora um dilema público: Tomará providências diante dos ataques de Maura Jorge contra uma prefeita da própria sigla, ou permitirá que a gestora continue afrontando aliados e figuras relevantes do MDB?
Para analistas, o caso expõe um risco político direto à imagem de unidade que Orleáns busca consolidar para a corrida eleitoral de 2026. A ausência de resposta pode ser interpretada como fragilidade ou tolerância com práticas que prejudicam o próprio partido.
Com isso, o episódio em Arari se transforma em mais do que uma simples entrega de título atrasado: tornou-se um teste político para o MDB, para sua direção estadual e para a própria viabilidade de uma possível composição entre Orleáns Brandão e Maura Jorge no próximo pleito.

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