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Mensagem da Semana

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Serra Pelada: símbolo de riqueza para muitos, palco de sofrimento e frustrações para outros.



É assim, que definimos Serra Pelada o maior e mais famoso garimpo a céu aberto do mundo localizado na região sul do estado do Pará no município de Curionópolis o antigo Trinta, há 35 k, da sede do município. Curionópolis e outras cidades e vilas foram criados a partir da aglomeração do garimpo de Serra Pelada



Na companhia de Genildo Queiroz Auxiliando-nos na condição de conhecedor da região No último dia 29, de março, por volta das 15 h, no sentido vindo das fazendas dos Mirandas a equipe do portal leste maranhense entrou no garimpo de Serra Pelada. Na entrada, podemos vê o lugarejo arborizado, mas na medida em que adentrávamos a vila, o sofrimento dos garimpeiros foi aparecendo passo a passo, por onde passávamos. ... Serra Pelada é um complexo mineral que abrange uma área de aproximadamente 5 mil hectares. Nos arredores do antigo garimpo há uma Vila habitada por pouco mais de 6 mil habitantes; um lugar sem condições humanas para ser habitada; sem saneamento básico, e sem nada que se pode chamar de dignidade, o Garimpo que antes elevou o nome do Pará e conseqüentemente do Brasil, em matéria de riqueza e fama no quesito minério, hoje parecendo o Haiti, expõe de forma vergonhosa a miséria e o desrespeito que o governo brasileiro tem para com aqueles garimpeiros que tanto ajudaram no desenvolvimento do País.

Historia de Serra Pelada iniciou em 1976. Estudos geológicos encontraram amostras de ferro na região. Em 1979, um garimpeiro encontrou ouro no local. A partir de 1980, iniciou a entrada desgovernada de pessoas em sua maioria maranhenses acalentando o sonho de ficar rico. No auge da fama, Serra Pelada, contabilizou cem mil homens trabalhando, e toneladas de ouro foram tiradas.

Na sede da COOMIGASP Cooperativa de Mineração de Garimpeiros de Serra Pelada, nossa equipe foi recebida pelos os Diretores da Entidade e ficais de mineração José Fiúza, e Valdivino Guimarães que estavam acompanhados do também Diretor e supervisor de mineração Jandy Batista.

No escritório da Cooperativa no inicio de nossa conversa quisemos saber se realmente a COLOSSUS, empresa que está trabalhando para em breve extrair o ouro de Serra Pelada, já está retirando cascalho mineralizado de forma clandestina exportando pra fora do País, como se ouve nas rodas de conversas na região. Os Diretores da Cooperativa também na condição de representantes da “S P C D M” Serra Pelada Campânhia de Desenvolvimento Mineral rebateram de forma veemente essa afirmação classificado-o de mentirosa e presunçosa.

Na avaliação dos garimpeiros que representam a classe na cooperativa, boatos como esses são de cunho mentiroso e não ganha credibilidade dos colegas. Segundo eles, há ficais por todas as frentes de serviços tanto na sonda quanto no túnel em todas as horas.

“Nosso trabalhos é minucioso com critérios e seriedade. Repudiamos esses e outros boatos que surgi com a intenção de prejudicar o sério trabalho que exercemos,” garante José Fiúza endossado por Valdivino Guimarães.


O túnel é uma gigantesca escavação que está sendo feito para a extração do ouro. Segundo os garimpeiros Diretores da Cooperativa, nunca mais Serra Pelada será um garimpo artesanal como dantes, devido os muitos acidentes que ocorreram com vítimas fatais, e as desumanas condições de trabalho importa aos trabalhadores na época. Depois da conversa e de mostrar para nós fotos, revistas, jornais e um lindo livro com a história do garimpo os diretores da entidade dos garimpeiros nos fizeram vê pedras preciosas símbolo da mineração e da luta dourada, com seu nome e seu valor. Em seguida, fomos levados ao antigo garimpo, onde na beira do barranco fizemos um retrospecto da história de Serra Pelada.

José Fiúza o irmão Zequinha e Valdivino Guimarães falaram francamente das particularidades e da verdadeira história do garimpo de Serra Pelada. Jandy Batista por está febril não nos acompanhou ao local do antigo garimpo, mas nos deu todo apoio necessário.

Na condição de evangélico irmão Zequinha nos contou como a fé era encarada na efervescência da busca do ouro. Membro da Assembleia de Deus, ele disse que os cultos eram avivados. “pelo o fato de na existir mulher aqui na Serra, o círculo de oração era formado por homens, e os cultos eram avivados, afirma irmão Zequinha.

Entramos na conversa sobre os pormenores de Serra Pelada, e perguntei; vocês entraram furando? José Fiúza que era da cidade de Coroatá e Valdivino de Benedito Leite ambos do Maranhão, disseram, “sim, partimos por dentro dos matos e capins agachados como cachorro, e depois por dentro da mata vendo caveira de gente. Ficávamos em barracos isolados porque éramos furões. Valdivino chegou à Serra em 25 de março de 1982.

Segundo os garimpeiros todos os dias tinham acidentes na Serra Pelada. Uma escada caia, um trabalhador escapulia, uma barreira quebrava, uma pedra soltava da barreira em fim, dezenas de homens que tentavam garimpar ouro perderam a vida. A escada adeus mamãe e a adeus Pará, causaram a morte de muita gente. Barreiras quebrando muito tipos de doenças e a criminalidade vitimaram muitos sonhadores. Valdivino escapou do acidente da barreira da milharina por pouco. Enquanto ele subiu pra bebe água no barraco, seu companheiro que ficou ganhando um dinheiro pra comprar cigarro morreu

O garimpo era dividido por área como: Igrejinha, Serra Velha, Babilônia, Boca da grota Rica, Terra Preta, Serrinha, PPO, Bico de Papagaio e Buraco da viúva.

Os bamburrados que se destacaram segundo os Diretores da Cooperativa foram: Marlon, Manelão, Mauro Onça, os Catarinenses, Índio, Darcy, e outros. O índio chegou a fretar um avião com capacidade para cem passageiros de Belém ao Rio de Janeiro para curtir o carnaval do Rio levando só ele e os comissários de bordo. Há outra historia do Índio não confirmado pelos os diretores da Cooperativa, mas muito conhecida no sul do Pará, é a que ele foi impedido de entrar num avião com o seu chapéu e ele fretou outro avião para levar o chapéu. Hoje, vive pobre num barraco na Serra Pelada na mesma cantilena dos outros garimpeiros.

80 % dos Garimpeiros de Serra Pelada são maranhenses. Andando nas ruas de Serra Pelada, a gente percebe a população envelhecida que em sua maioria são homens sem mulher esperando a fatia que lhe cabe dos 25 % do ouro que renderá na Serra Pelada que serão repartidos entre os mais de 30 mil garimpeiros associados da Coomigasp. Poucos avanços obtiveram os homens do ouro. Entre as conquistas da brava luta da Cooperativa de Mineração de Garimpeiros de Serra Pelada, está o reconhecimento do governo sobre garimpagem de ouro como profissão e os garimpeiros terão aposentadoria especificas. A maior pedra de ouro do mundo foi arrancada em Serra Pelada. Segundo os diretores da Cooperativa ela está no Banco Central. No rosto de cada garimpeiro está escrito a frustração e o pedido de urgência por seus direitos. Muitos vivem da agricultura e criando algumas vaquinhas, outros têm filhos trabalhando nas empresas de mineração na região, e outros dependem de fracas cestas básicas de setenta reais doadas pela Compânia Vale do Rio Doce, quase na condição de mendigos.

Um povo rico em esperança, mas pobres, desiludidos e desconfiados. Em nossas andanças pelas ruas da abandonada Serra Pelada, fomos impedidos de fotografar um grupo de garimpeiros que a tardezinha jogava dominó. O motivo foi logo exposto por um do grupo: “por aqui tem passado muito gente enganando nós. Não aceitamos está foto,” exclamou um garimpeiro. Identificamos-nos, tentamos pela a segunda vez, mas não foi possível.

Deixamos para traz a serra dos sonhos dourados e de muito sofrimento e frustração sensibilizado e surpreso do que vimos em matéria de sofrimento descaso e abandono.


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