O presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad – a nova peça-chave desse xadrez – almeja expandir o império persa. Ahmadinejad controla o Hamas, grupo fundamentalista palestino, que tomou para si a Faixa de Gaza e o Hezbollah, organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano.
Os Estados Unidos trabalham, no âmbito da ONU, para impor sanções econômicas ao Irã em razão de seu programa nuclear – que não possui objetivos apenas pacíficos. Israel descrê da eficácia dessas sanções e se prepara para agir, unilateralmente em último caso. Amadinejad não reconhece o Holocausto (morte dos judeus por Hitler na Segunda Guerra) e pretende destruir Israel.
É nesse cenário que o presidente do Brasil chegou ao Oriente Médio. Luiz Inácio Lula da Silva está em Israel, primeira etapa de sua viagem. Encontrou-se nesta segunda-feira com o presidente Shimon Peres, de 89 anos, há sete décadas atuando na política israelense e internacional, prêmio Nobel da Paz em 1994, e com o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu no Knesset – o Congresso nacional judaico. Israel é parlamentarista. Peres, ante o empate nas eleições, nomeou Netanyahu em fevereiro de 2009 para formar um governo de coalizão, o que ele fez com sucesso, impondo-se como chefe do governo.
Netanyahu é um político de direita, bastante preparado. Fez sua vida discente nos Estados Unidos, estudando arquitetura, administração de empresas e ciências políticas, em universidades como M.I.T. – Massachussets Institute of Technology - e Harvard. É vinculado ao Partido Republicano e à elite judaico-americana, na qual se incluiu – paradoxalmente – o ministro da Casa Civil Rahm Emmanuel, de Obama, que é avaliado como “fraco” pelo governo israelense. Esse romance intitulado “Oriente Médio” é repleto de paradoxos e contradições.
O Brasil afirma que o programa nuclear iraniano é pacífico e o apoia – quando na verdade ele não o é e o Irã é uma ditadura violenta. Luiz Inácio Lula da Silva estará também com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, em Ramala e, depois, estará na Cisjordânia.
Israel acelera o programa de assentamento de colonos em territórios palestinos, contrariando a orientação norte-americana e a da ONU. Humilhou o vice-presidente americano Joe Biden, anunciando novos assentamentos, semana passada, durante sua visita a Jerusalém.
Luiz Inácio Lula da Silva parece querer agradar a gregos e troianos. Parece. Os palestinos se opuseram ao Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul, que entra agora em vigor, por entender que o Mercosul – o quinto PIB do mundo – fortalece Israel na economia global. Nesse acordo comercial há um ponto estratégico: a permissão de transferência de tecnologia armamentista aos integrantes do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai).
Os palestinos afirmam que as indústrias israelenses têm estreito vínculo com o exército e são coniventes com seus crimes – haja vista a última invasão de Gaza em 2008/2009. Questionam, sobretudo, a legitimidade que o bloco confere a Israel – que, de verdade, se opõe à criação de um Estado Palestino.
Javier Moreno, do jornal "El País", observa “Egito, Arábia Saudita e Jordânia sabem que Israel possui arsenal atômico. Entretanto, essas nações não admitem uma bomba atômica xiita (iraniana)”.
Analistas internacionais não hesitam em dizer que tais países apoiariam um ataque israelense ao parque atômico nuclear do Irã. Shimon Perez diz com todas as letras que “Ahmadinejad quer estabelecer uma hegemonia persa no Oriente Médio e que, para isso, utiliza o conflito árabe-israelense como mero pretexto para manipular sua expansão”. Provavelmente os Estados Unidos – que não têm condições de iniciar uma nova guerra – estejam agindo na ONU para dar cobertura a um ataque israelense.
O Brasil parece aceitar as políticas de Mahmoud Amadinejad e, ao mesmo tempo, fortalece a economia israelense – o que aumenta o poder bélico do país fundado em 1948. O Brasil é a favor da criação de um Estado Palestino, com fronteiras recuperadas das invasões israelenses e, ao mesmo tempo, firma tal acordo, na presença de 200 empresários brasileiros.
Dizem os analistas que Brasília pretende ser um mediador político global de conflitos. Não é o caso. A visita de Luiz Inácio Lula da Silva fortalece, na verdade, Israel e - óbvio - o Brasil, em termos de expansão de fronteira econômica e não geopolítica, como reza a cartilha oficial.
A verdade está além da retórica e da propaganda oficial e muitas vezes não se compreende numa primeira leitura. No entanto, ela confirma que um mundo de paz não está no horizonte. E que pode ser classificado como um romance de terror.MATERIA DO PORTAL ÚLTIMO SEGUNDO
Os Estados Unidos trabalham, no âmbito da ONU, para impor sanções econômicas ao Irã em razão de seu programa nuclear – que não possui objetivos apenas pacíficos. Israel descrê da eficácia dessas sanções e se prepara para agir, unilateralmente em último caso. Amadinejad não reconhece o Holocausto (morte dos judeus por Hitler na Segunda Guerra) e pretende destruir Israel.
É nesse cenário que o presidente do Brasil chegou ao Oriente Médio. Luiz Inácio Lula da Silva está em Israel, primeira etapa de sua viagem. Encontrou-se nesta segunda-feira com o presidente Shimon Peres, de 89 anos, há sete décadas atuando na política israelense e internacional, prêmio Nobel da Paz em 1994, e com o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu no Knesset – o Congresso nacional judaico. Israel é parlamentarista. Peres, ante o empate nas eleições, nomeou Netanyahu em fevereiro de 2009 para formar um governo de coalizão, o que ele fez com sucesso, impondo-se como chefe do governo.
Netanyahu é um político de direita, bastante preparado. Fez sua vida discente nos Estados Unidos, estudando arquitetura, administração de empresas e ciências políticas, em universidades como M.I.T. – Massachussets Institute of Technology - e Harvard. É vinculado ao Partido Republicano e à elite judaico-americana, na qual se incluiu – paradoxalmente – o ministro da Casa Civil Rahm Emmanuel, de Obama, que é avaliado como “fraco” pelo governo israelense. Esse romance intitulado “Oriente Médio” é repleto de paradoxos e contradições.
O Brasil afirma que o programa nuclear iraniano é pacífico e o apoia – quando na verdade ele não o é e o Irã é uma ditadura violenta. Luiz Inácio Lula da Silva estará também com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, em Ramala e, depois, estará na Cisjordânia.
Israel acelera o programa de assentamento de colonos em territórios palestinos, contrariando a orientação norte-americana e a da ONU. Humilhou o vice-presidente americano Joe Biden, anunciando novos assentamentos, semana passada, durante sua visita a Jerusalém.
Luiz Inácio Lula da Silva parece querer agradar a gregos e troianos. Parece. Os palestinos se opuseram ao Tratado de Livre Comércio Israel-Mercosul, que entra agora em vigor, por entender que o Mercosul – o quinto PIB do mundo – fortalece Israel na economia global. Nesse acordo comercial há um ponto estratégico: a permissão de transferência de tecnologia armamentista aos integrantes do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai).
Os palestinos afirmam que as indústrias israelenses têm estreito vínculo com o exército e são coniventes com seus crimes – haja vista a última invasão de Gaza em 2008/2009. Questionam, sobretudo, a legitimidade que o bloco confere a Israel – que, de verdade, se opõe à criação de um Estado Palestino.
Javier Moreno, do jornal "El País", observa “Egito, Arábia Saudita e Jordânia sabem que Israel possui arsenal atômico. Entretanto, essas nações não admitem uma bomba atômica xiita (iraniana)”.
Analistas internacionais não hesitam em dizer que tais países apoiariam um ataque israelense ao parque atômico nuclear do Irã. Shimon Perez diz com todas as letras que “Ahmadinejad quer estabelecer uma hegemonia persa no Oriente Médio e que, para isso, utiliza o conflito árabe-israelense como mero pretexto para manipular sua expansão”. Provavelmente os Estados Unidos – que não têm condições de iniciar uma nova guerra – estejam agindo na ONU para dar cobertura a um ataque israelense.
O Brasil parece aceitar as políticas de Mahmoud Amadinejad e, ao mesmo tempo, fortalece a economia israelense – o que aumenta o poder bélico do país fundado em 1948. O Brasil é a favor da criação de um Estado Palestino, com fronteiras recuperadas das invasões israelenses e, ao mesmo tempo, firma tal acordo, na presença de 200 empresários brasileiros.
Dizem os analistas que Brasília pretende ser um mediador político global de conflitos. Não é o caso. A visita de Luiz Inácio Lula da Silva fortalece, na verdade, Israel e - óbvio - o Brasil, em termos de expansão de fronteira econômica e não geopolítica, como reza a cartilha oficial.
A verdade está além da retórica e da propaganda oficial e muitas vezes não se compreende numa primeira leitura. No entanto, ela confirma que um mundo de paz não está no horizonte. E que pode ser classificado como um romance de terror.MATERIA DO PORTAL ÚLTIMO SEGUNDO
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