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Mensagem da Semana

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12

quarta-feira, 13 de março de 2013

Nigéria é apontado como o país mais opressor aos cristãos em 2012

Na Classificação de países por perseguição 2013, país se manteve no 13º lugar


Nigéria é apontado como o país mais opressor aos cristãos em 2012
Pesquisa da Portas Abertas para a Classificação de países por perseguição 2013, lançada em janeiro, revela que a Nigéira é o país mais opressor aos cristãos em 2012. Dados mostram que entre novembro de 2011 e outubro de 2012, foram registrados 1.201 assassinatos de cristãos em todo o mundo (o que equivale a 100 assassinatos por mês, em média), dos quais, 791 aconteceram na Nigéria

A maioria dos assassinatos acontecidos na Nigéria – país mais populoso da África –, no período referido acima (2011/2012), se deu em consequência aos ataques contra a Igreja na capital Abuja e ao norte do país, em cidades como Jos e Kaduna, e Estados como Borno, Bauchi e Yobe.

O grupo radical Boko Haram, que já causou diversos estragos no país por meio de uma forte onda de violência, tem lutado para derrubar o governo e criar um Estado essencialmente islâmico. Domingo (3), o ex-ministro da Defesa, Theophilous Danjuma, descreveu o norte da Nigéria como em meio a uma guerra civil declarada por seitas religiosas fundamentalistas.

Muitas famílias cristãs fugiram para Estados ao norte do território e a minoria de pessoas que permaneceu em suas casas, vive com o medo permanente de ataques de homens armados. Apesar da implantação da força-tarefa do governo, uma unidade especial do exército, a segurança está bastante frágil.

Recentemente, a Associação Cristã da Nigéria (CAN, sigla em inglês), agrupamento paraeclesiástico da Nigéria, que envolve as denominações cristãs do país, está lançando um fundo para arrecadar dinheiro em apoio às vítimas (e seus familiares sobreviventes) de ataques de militantes islamitas do Boko Haram. De acordo com a organização Human Rights Watch os extremistas tiraram a vida de mais de três mil pessoas desde 2009.

Estima-se que, da população de 160 milhões de nigerianos, cerca de 70 milhões são cristãos. A CAN é a instituição mais representativa desse grupo, composta pelo Conselho Cristão da Nigéria, o Secretariado Católico da Nigéria, a Irmandade Pentecostal da Nigéria, a Organização das Igrejas Africanas Instituídas e a Irmandade Evangélica do Oeste da África.

O fundo recebeu uma doação inicial, esta semana, com a visita do presidente da administração de um grupo norte-americano parceiro à Associação Cristã da Nigéria, o CANAN. O valor da doação foi de 50 mil dólares. A contribuição foi apresentada durante uma cerimônia realizada no dia 4 de março, em Abuja.

O secretário-geral da CAN, Rev. Musa Asaki disse à Portas Abertas que essa foi a primeira grande doação para o fundo, e que, segundo ele, já está sendo revertida em ajuda a muitas vítimas desalojadas, as quais precisam urgentemente de assistência financeira.

"Antes dessa doação, havíamos pensado em lançar formalmente o fundo, especialmente porque o governo ainda não se mobilizou em favor das vítimas cristãs, enquanto fomos informados de que as autoridades pagaram 100 milhões de nairas (valor equivalente a mais de 665 mil dólares) para a família do falecido líder da seita Boko Haram", afirmou Asaki.

"Através de cristãos e organizações da Igreja, recebemos muito material e apoio financeiro para as vítimas. O próprio pastor presidente da CAN, Ayo Oritsejafor, doou. Mas, agora, vamos a público para obter apoio, tanto quanto pudermos, para tantas vítimas quanto for possível", compartilhou Asaki. "Cristãos nigerianos em todo o país têm demonstrado que são verdadeiramente irmãos e irmãs, pela maneira como eles têm sustentado e auxiliado as vítimas dos conflitos," concluiu ele.

Asaki acrescentou que é lamentável as atividades terroristas não terem diminuído, pelo contrário, terem sido autorizadas a continuarem sendo praticadas livremente, especialmente no caso de ataques contra cristãos inocentes. Um pastor de Kano narrou como oito membros de sua igreja foram mortos em um único levante violento, em 23 de fevereiro. Os agressores pediram os nomes dos indivíduos aos seus colegas de trabalho antes de abrirem fogo contra os cristãos.

Outro homem de Borno contou que foi baleado na boca frente à sua esposa e filhos por se recusar a renunciar sua religião. Vivo, mas com a boca perfurada, ele foi para o hospital para a realização de uma cirurgia.

Nesse mesmo contexto, o presidente Goodluck Jonathan fez, em 7 de março, sua primeira visita ao Estado de Yobe (base do Boko Haram), desde que assumiu o poder em 2010. Em visita a outro Estado, ele descartou a possibilidade de conceder anistia aos militantes do Boko Haram, decisão exigida por alguns líderes do Norte.

O presidente alegou que não era possível negociar um acordo com os terroristas, cujas identidades e exigências não são claras. "Não podemos declarar anistia para fantasmas", disse ele.

Na Classificação de países por perseguição 2013, a Nigéria se manteve no 13º lugar (como em 2012), mas a perseguição que antes era considerada somente no norte do país, agora se expandiu para todo o território.

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