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Mensagem da Semana

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O Silêncio Ensurdecedor: Denúncia de Rodrigo Lago expõe conflito de interesses na EMAP e constrange a base governista



Uma denúncia grave ecoou na Assembleia Legislativa do Maranhão, protagonizada pelo deputado estadual Rodrigo Lago, lançando luz sobre uma suposta ilegalidade no comando de um dos ativos mais estratégicos do estado: o Porto do Itaqui. No centro do escândalo está Oquerlina Silva, atual presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), e uma teia de conflitos de interesses que, segundo o parlamentar, fere frontalmente a Lei das Estatais.

O Cerne da Denúncia: A "Âmbito Consultoria"

Segundo Lago, a nomeação de Oquerlina Silva seria ilegal. A denúncia detalha que, antes de assumir a EMAP, Oquerlina era sócia de seu marido na empresa Âmbito Consultoria Ltda. Enquanto ela atuava como Secretária Adjunta de Meio Ambiente (SEMA), a empresa da família teria passado a operar fortemente com clientes que buscavam justamente licenciamentos na pasta onde ela despachava.

O ponto crítico, contudo, reside na relação direta com a EMAP. A Âmbito Consultoria teria sido contratada pela EMAP (por dispensa de licitação) pouco antes de Oquerlina assumir a presidência. O contrato foi rescindido apenas dois dias antes de sua nomeação para o comando da estatal.

A Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016) veda expressamente a nomeação para a diretoria de estatais de pessoas que tenham mantido contrato com a mesma empresa nos últimos 36 meses (3 anos). Se os fatos narrados por Rodrigo Lago forem confirmados, a presidência de Oquerlina não é apenas imoral, é ilegal.

A Pergunta que não quer calar: Onde está a defesa?

O aspecto mais intrigante deste episódio não é apenas a denúncia em si — que já é robusta e documentada —, mas a reação do plenário. Diante de acusações que imputam improbidade e violação legal direta, o que se ouviu da ampla base governista foi um silêncio sepulcral.

Por que nenhum deputado da base aliada subiu à tribuna para defender a presidente da EMAP?

* Falta de Argumentos? A clareza da lei (quarentena de 3 anos para contratados assumirem cargos) deixa pouca margem para contorcionismos retóricos. Defender o indefensável pode ser um custo político alto demais, até para os aliados mais fiéis.

* Desconforto Interno? O silêncio pode sinalizar que a nomeação de Oquerlina não é unanimidade nem mesmo dentro do grupo político do governador, gerando um constrangimento coletivo onde ninguém quer "colocar a mão no fogo".

* Estratégia de Abafamento? Ignorar a denúncia para que ela não ganhe tração na imprensa e na opinião pública é uma tática velha, mas arriscada quando as provas são documentais.

Ao não defenderem a gestora, os deputados da base enviam uma mensagem implícita: a situação é insustentável. Rodrigo Lago expôs uma ferida aberta na gestão portuária, e o silêncio dos aliados soa, para o bom entendedor, como uma confissão de que algo está, de fato, muito errado no reino da EMAP.

Resta saber se o Governador manterá a nomeação sob o risco de prevaricação, ou se o silêncio na Assembleia é o prelúdio de uma queda iminente.


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