O presidente eleito do PT, Raimundo Monteiro, disse nesta segunda-feira que, sob sua gestão, o partido será outro. “O PT agora é outro PT”, sentenciou. Ele afirmou ter tido, sem contar as sete urnas pendentes, 7.096 votos contra 6.036 obtidos por Augusto Lobato. Como nessas urnas existem cerca de 500 votos para serem computados, ele não tem mais como perder a eleição.
Monteiro explicou que a Executiva Estadual vai julgar nesta quarta-feira todos os recursos pendentes. Quem não se der por satisfeito poderá recorrer ao Diretório Nacional, que estipulou o dia 22 para homologar todos os resultados nos estados. O presidente eleito disse não acreditar que o grupo do deputado Domingos Dutra tente declarar Lobato como vitorioso. “Não acredito que os companheiros cometam tal desatino.”
Monteiro afirmou ainda não ter como afirmar agora qual o rumo do PT em 2010 no Maranhão. No entanto, ele já praticamente descartou qualquer tipo de aproximação com o PSDB. Os tucanos locais tentam emplacar numa vice de uma hipotética candidatura do ex-governador Jackson Lago (PDT) ao Governo do Estado. “Temos dificuldades profundas com o PSDB”, assinalou.
Em entrevista coletiva, o presidente eleito contou que a política de aliança do próximo ano só será discutida no congresso do partido em fevereiro. “Essa discussão se dará internamente e no momento oportuno. Nossa prioridade é a eleição da ministra Dilma Roussef (Casa Civil). Vamos analisar o que será melhor para o projeto nacional do PT. Não podemos brincar nessa eleição. Essa será a eleição de nossas vidas”, acrescentou.
Monteiro repetiu declaração do presidente Lula crítica (reveja) à ala radical do partido no Maranhão, liderada por Dutra. “Quem estiver com esses discurso estratosférico vai ficar fora do PT.”
O ex-diretor regional do Incra recuou em relação a uma suposta candidatura de Bira do Pindaré ao Senado. Ao final do primeiro turno, ele havia declarado total apoio à iniciativa e agora diz que será preciso “discutir melhor” a proposta.
O deputado federal Washington Luiz Oliveira, que participou da entrevista junto com o secretário José Antonio Heluy (Trabalho) e Fernando Silva, presidente eleito do Diretório de São Luís, foi mais incisivo em relação às insistentes perguntas a respeito de uma possível coligação com o PMDB. “Não há mais aquela visão de que o PMDB é inimigo dos trabalhadores no Maranhão. O debate vai ser político e não no campo da criminalização.”
Ele e Monteiro negaram qualquer proposta do PT em indicar o vice da governadora Roseana Sarney (PMDB). “Nunca houve essa proposta.” No entanto, lembraram que no Pará e Piauí o partido só cresceu após alianças com o deputado Jarder Barbalho (PMDB-PA), o ex-governador Almir Gabriel (PSDB-PA) e o senador Mão Santa (ex-PMDB e hoje no PSC-PI).Washington também pregou a paz interna. “Estamos fazendo um chamamento à unidade”, assinalou.
Para José Antonio Heluy o PT do Maranhão vice um “momento histórico” com vitória de Monteiro. Fernando Silva disse que a suposta vantagem que o grupo de Dutra teria em números de delegados para a definição da política de alianças em 2010 não deve ser levada ao pé da letra. “Numericamente, devido aos apoios que recebeu, o Lobato venceria a eleição no segundo turno. Mas não foi isso que aconteceu porque a militância rejeitou esse discurso (radical)”, finalizou.
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