Os movimentos sociais aprovaram nesta sexta-feira (28), no Fórum Social Mundial 2010, um documento com pelo menos 50 propostas, que devem ser consolidadas em uma plataforma para as eleições. Os itens voltam a ser discutidos em uma grande reunião, em São Paulo, no dia 31 de maio. Depois de uma semana de discussões, a Carta da Assembleia dos Movimentos Populares marca o encerramento do fórum, evento que reuniu 35 mil pessoas em Porto Alegre e em cinco cidades da região metropolitana em mais de 900 atividades. O documento contempla propostas em favor da reforma agrária, da garantia dos direitos sociais, do direito à comunicação, contra a instalação de bases militares na América Latina e contra políticas neoliberalistas. O enfrentamento ao racismo também é um dos destaques do texto. Embora muitos pontos da carta sejam polêmicos e os próprios movimentos apresentem divergências, como ocorre em relação ao aborto, a consolidação de propostas é o principal destaque desta edição do FSM, na avaliação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). As centrais sindicais também vão aproveitar a carta da assembleia para construir uma plataforma para eleições. Elas voltam a se reunir em 1º de junho, em São Paulo. “Saímos daqui com a consciência de que precisamos ser mais propositivos. Chega de fazer diagnóstico. Nosso diagnóstico foi concluído com a crise financeira, os próximos fóruns precisam dizer o que precisar ser feito daqui para frente”, afirmou o diretor da CUT Quintino Severo. A representante da União Brasileira de Mulheres Lúcia Stumpf disse que o fórum ainda não conseguiu “captar as transformações da sociedade” em relação ao feminismo. Ela afirmou, ainda, que é preciso avançar em relação a uma maior participação de mulheres nas mesas de debate. “A conquista de uma sociedade livre do machismo, do racismo, da homofobia é uma conquista que vamos conseguir passo a passo, mesmo em espaços avançados como são os fóruns”, afirmou ao comentar o percentual de 60% de mulheres entre os participantes. O integrante da Federação Única dos Petroleiros Antonio Carlos Spis esclareceu que a carta ainda precisa ser mais debatida antes da consolidação de uma plataforma, que também incorporará propostas do Fórum Social Temático da Bahia, que começa hoje, com caráter governamental. “O fórum é um movimento sempre crítico, amplo, com mais de mil entidades. O importante é encontrar consensos, respeitar as posições e construir unidade”, destacou.
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