Toda doença inicia com um sintoma, assim como a cura é comemorada e sempre bem-vinda. A população de Timon, em duas oportunidades, conseguiu tomar sozinha o remédio contra duas más gestões em sua prefeitura. Em 2002, após ficar vários meses sem pagar os funcionários, Chico Leitoa foi derrotado por Socorro Waquim. Em 2000, o decano do grupo Leitoa venceu com 68,08% contra 28,45% da segunda colocada. Quatro anos depois, desidratou para 47,05, sendo derrotado por Socorro Waquim, que ultrapassou a metade do eleitorado de Timon.
Cria do grupo, Dinair Veloso substituiu Luciano Leitoa em 2020. Numa campanha atípica, praticamente sem movimentação nas ruas por causa da pandemia, Dinair conseguiu 34.573 votos contra 34.198 do Comandante Schnneyder. A futura ex-prefeita de Timon venceu por somente 375 votos. Porém, somando os votos da oposição, a população já demonstrava um cansaço em relação ao grupo Leitoa.
Avancemos quatro anos e uma infinidade de desmandos em Timon. Falta de ônibus, saúde sucateada, cidade abandonada em todos os cantos e sentidos. Rafael, deputado estadual, consegue reunir os principais nomes da oposição. Luta contra pesquisas inventadas, candidato milionário, vivente de um mundo paralelo, onde vender calendários rede até duas SW4, e consegue se eleger. Dinair, rejeitada anteriormente, consegue ser a segunda do grupo Leitoa a não ser reeleita.
As vacinas têm validade. O organismo pode até enfraquecer durante um tempo, mas a memória permanece nas células. A população de Timon, em duas oportunidades de sua história recente, conseguiu mostrar que gestor ruim não se cria. Chico, o Leitoa, e Dinair, a Veloso, são os únicos que conseguiram essa proeza. Podem sentir orgulho do povo lhes negar a manutenção no cargo.
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