Testemunhas disseram que forças de segurança da Síria abriram fogo contra milhares de manifestantes que protestavam nesta sexta-feira contra o governo em Deraa, no sul do país. Relatos de moradores afirmam que a repressão ao protesto deixou pelo menos 20 opositores mortos, mas o número exato de vítimas ainda não está claro. Já a TV estatal Síria afirmou que 19 policiais e integrantes das forças de segurança foram mortos por "homens armados" A imprensa internacional têm dificuldade de confirmar informações tanto dos moradores quanto do governo por causa da restrição ao trabalho dos jornalistas estrangeiros na Síria. Uma enfermeira do hospital de Deraa disse à AP que todos os leitos estão ocupados e que muitos feridos estão sendo atendidos no chão ou em mesquitas próximas. Protestos também estariam acontecendo em Homs, Harasta e Doumas, nos arredores de Damasco. A Síria é palco de manifestações antigoverno há três semanas, e ativistas pedem que os manifestantes saiam às ruas todas as sextas-feiras para pedir reformas políticas em um dos regimes mais fechados do Oriente Médio. Os protestos são a maior ameaça já enfrentada pelo presidente da Síria, Bashar al-Assad, de 45 anos, que sucedeu seu pai, Hafez, depois de sua morte em 2000. A crise começou no dia 18 de março, quando moradores de Deraa protestaram contra a detenção de 15 crianças por terem escrito frases contra o governo em um muro. No dia 23, violentos confrontos aconteceram depois que as forças de segurança ameaçaram invadir uma mesquita. A justificativa era a de que a mesquita estava sendo usada por gangues para estocar arma e transformar crianças em escudos humanos. Centenas de pessoas se reuniram no local para impedir a invasão. Há relatos de que as forças de segurança dispararam indiscriminadamente contra a multidão, o que governo nega. O regime tem atribuído os atos de violência a "desordeiros" que desejam espalhar o pânico entre a população e prometeu investigar as mortes. Na tentativa de conter a onda de protestos, o governo prometeu estudar o relaxamento de leis que governam a mídia e o sistema de partidos políticos, assim como o estabelecimento de leis anticorrupção. No entanto, a promessa não foi considerada suficiente pelos manifestantes.
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