Emma Sarpentier Amaya, de Caracas, especial para o JP Online.
 Mais um Jornalista assassinado
Justo hoje quando se comemora o dia mundial da liberdade de imprensa, Caracas amanhece triste com a notícia do assassinato do Jornalista Jhonny Gonzaléz, 33, do diário Líder en Deportes pertencente à Cadeia Capriles de comunicação. González, que era especializado em boxe, foi morto por volta de 01:55 hrs da manhã quando saia de seu plantão noturno no jornal. Segundo o Diário Nacional , ele foi cercado por homens em uma moto e um carro e, após reagir ao assalto, foi alvejado três vezes, morrendo no local.
Esta é a segunda tragédia que abate a sua família. Em 16 de Abril de 2000 seu irmão, Hector Hugo Gonzalez, 23, foi morto nas mesmas cricunstâncias.
Johnny González
Johnny González foi morto com 3 disparos.
González era um dos vários jornalistas da oposição que lutavam pela democracia na Venezuela e frequentava reuniões de grupos opositores a Maduro. O latrocínio é a resposta padrão dada pelo governo sobre os constantes assassinatos de oposicionistas. Johnny González infelizmente é mais um dos muitos venezuelanos que sucumbiram à perseguição política.
As taxas de violência na Venezuela chegam a espantosos 55 homicídios a cada 100 mil habitantes. A ONG Espacio Público, em um relatório sobre a liberdade de expressão na Venezuela, apontou crescimento de 50% em relação ao mesmo peródo do ano passado dos casos de ataques a esse direito e de 20% em 2012 comparado com 2011.
Ocupação de universidades
No Sábado, 26, o acesso a várias universidades foi dificultado por dois diferentes movimentos. Em algumas, como na Universidad Central de Venezuela (UCV), trabalhadores da universidade reclamavam um ajuste salarial, e em outras, como na Universidad Simón Bolívar, estudantes protestavam contra as perseguições sofridas pela oposição.
Universidad Central Venezuela
Universidad Central de Venezuela
Bloqueio econômico e crise de abastecimento
Capriles acusou na última segunda-feira o governo de Nicolás Maduro de ter suspendido o envio de verbas federais para o seu estado, Miranda, um dos três que são governados pela oposição. Segundo ele, Miranda seria o único que ainda não recebeu o repasse.
Prisão do General Antonio Rivero
Um tribunal de Caracas ordenou esta semana à prisão do general aposentado Antonio Rivero após duas acusações de ligações suas com supostos incidentes relacionados com o 14 de abril que terminou com nove mortos e setenta feridos. Logo após a sentença, através de uma carta lida por seu irmão, Rivero que hoje é aposentado e membro do partido oposição Voluntad Popular, negou envolvimento e declarou greve de fome. Ele permanece detido na sede do Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional (Sebin) em Caracas.
General Antonio Riviero
General Antonio Rivero
Em 22 de Fevereiro deste ano, o General havia denúnciado a presença de mais de 300 militares cubanos na Venezuela afetando a organização das forças armadas e a política de defesa, o que classificou como uma violação a soberania nacional.
Pancadaria na Assembleia Nacional
Após o anúncio de cortes de salário na semana passada, a Assembleia Nacional da Venezuela foi palco de um lamentável episódio de violência. Após a oposição ter seu pedido de voz negado, pela segunda sessão ordinária consecutiva, iniciou-se uma discussão no plenário que culminou na agressão de vários deputados oposicionistas. Entre eles Julio Borges, líder do Partido Primero Justicia (PJ), a deputada María Corina Machado, Nora Bracho, Homero Ruiz e Eduardo Gómez.
Maria
A deputada María Corina Machado sofreu fratura em 4 ossos da face e passou por uma cirurgia nesta Quarta.
Julio Borges
O deputado oposicionista, Julio Borges, também foi agredido.
Após aguardarem por 3hrs, o pedido foi novamente negado a oposição. Diosdado Cabello, presidente da Assembleia, afirmou que suspenderia o direito de manifestação até que a oposição reconheça o governo de Maduro. Após 30 min de início da sessão os opositores iniciaram um buzinaço e a bradavam “Golpe no Parlamento”. Foi aí que a confusão começou.
Trabalhadores reagem à suspensão salarial
Reagindo a suspensão salarial iniciada pelo governo no último dia 26, a Confederação Geral dos Trabalhadores da Venezuela (CGT) informou à Organização Internacional do Trabalho (OIT), a perseguição de funcionários públicos que votaram no candidato da oposição, Henrique Capriles. A denúncia será formalizada na Conferência da OIT que ocorre em junho, em Genebra.
 *Emma Sarpentier Amaya é psícologa, socióloga, professora unversitária e membro da Human Foundation.