Localizado no leste maranhense, o município de São Francisco do Maranhão possui uma peculiaridade: para chegar até lá, o acesso é feito apenas pelo vizinho Piauí. Das 3 entradas do município, por Amarante, Lagoa do Mato ou Barão do Grajaú, nenhuma delas possui asfalto. A população reclama a demora pelo investimento em politicas públicas na região. O tema foi tratado durante o movimento Diálogos pelo Maranhão, coordenado por Flávio Dino.
Para os moradores da cidade, a referência de capital é Teresina. Município maranhense mais próximo é Lagoa do Mato, distante 180km, mas para se ter acesso é preciso atravessar o rio e fazer um percurso de mais de 300km.
“Se tivesse estrada seria mais fácil. Para chegar aqui precisa atravessar o Piauí porque não temos acesso, estamos isolados no Maranhão”, disse Maurício Cardoso, ex-vereador e ex-prefeito de São Francisco. Segundo ele, há 2 meses o município está sem ambulância. A prestação de socorro é feita em carros fretados ou de vizinhos.
O lavrador Antônio Neto da Silva, 58 anos, reforçou a necessidade de infraestrutura para acesso ao município. Morador de São Francisco há 20 anos, pediu também apoio à agricultura familiar. Com produção de arroz e milho apenas para subsistência, chamou atenção para que se tivesse auxílio do poder público poderia transformar a lavoura em fonte de renda.
“Mas pra sair do nosso próprio braço hoje não dá não”, disse. Do mesmo pensamento compartilha Solange Maria Sousa, 45 anos, que mora no povoado Várzea Comprida, a 70km de São Francisco. “Estrada, saúde, tudo é ruim”, resumiu.
Outro tema acerca da infraestrutura foi a falta de energia elétrica em Porto da Pedra. “Estamos a 63km de distância de São Francisco e a três quilômetros de onde tem energia elétrica. Só tem promessa que a luz vai chegar e nunca chega. Sem energia não tem como o poço funcionar”, desabafou o lavrador José Ribamar Bezerra.
Dialogar para Construir
A oportunidade de dialogar com o pré-candidato a governador Flávio Dino foi elogiada pelo vereador Francisco Viana, conhecido como Piruta. Ele avaliou o movimento como uma iniciativa inovadora. “Aqui pudemos mostrar qual é a carência do nosso povo, pois nós conhecemos nossa cidade. O pedido vai desde água, a estrada, saúde, educação... Vejo que é a hora da mudança. Nosso município, com cerca de 14 mil habitantes, não temos uma só rua asfaltada”, contou.
Prefeito de Parnarama, Davi Carvalho destacou o interesse da população em conversar sobre o leste maranhense. “Tenho observado o anseio da população por uma política que garanta atenção básica para nossa região. É um movimento popular importante”, observou.
Adelbarto Santos, liderança política de São Francisco, falou também da mobilização social e do sentimento de mudança dos maranhenses. “Essa é uma nova forma de fazer política, conversando com a população. O Diálogos representa o anseio da população, que é participar de forma ativa politica. A população da nossa cidade aceitou muito bem”, ressaltou.
Para as sugestões e propostas, Flávio Dino, coordenador do movimento Diálogos, falou da necessidade de um governo descentralizado, que esteja presente em todas as regiões do Maranhão.
“Aqui, infelizmente, essa concentração de riqueza se dá socialmente, está na mão de pouca gente e também regionalmente, pois grande parte dos municípios não é atendida. Por isso nosso Programa de Governo conta a preocupação de fazer um governo municipalista, que esteja presente nas comunidades a fim de fazer com que as politicas públicas cheguem para todos”, avaliou.
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