REVISTA EXAME: Acabando as euforias das eleições,
é hora de fazer um balanço da situação do país. Quais foram as principais
conquistas dos últimos anos? O que deu errado? O que o próximo presidente
precisa fazer para que a vida da população continue melhorando nos próximos
anos? Veja aqui quais serão os principais desafios que a presidente eleita irá
enfrentar nos próximos quatro anos.
Os
Avanços Sociais Aconteceram. Mas Ainda Falta Muito
Neste ano, o
Brasil conseguiu um marco. O país não está mais na lista da fome elaborada pela
Organização das Nações Unidas (ONU).
O
levantamento aponta que, nos últimos 10 anos, o Brasil reduziu pela metade a
parcela da população que sofre com a fome. Segundo o
organismo internacional, a taxa de desnutrição no Brasil caiu de 10,7%, em
2003, para menos de 5%, em 2012.
Com isso, o
Brasil alcançou antecipadamente um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio que as Nações Unidas estabeleceram para ser realizados até 2015.
O sucesso
deve ser comemorado, mas é preciso pensar no futuro. Para garantir aumentos de
renda cada vez mais significativos para a população mais pobre, é preciso
investir na qualificação das futuras gerações. Segundo a OCDE (organização que
reúne os países mais ricos do mundo), os empregos que exigem ensino superior no
Brasil pagam mais que o dobro do que os postos de trabalho que exigem apenas
ensino secundário.
Hoje, o
Brasil ainda está penando nesse quesito. Os trabalhadores brasileiros são
considerados menos qualificados que os seus pares no Chile, na China e naCoreia do Sul.
Uma das principais causas é a deficiência do nosso ensino médio.
Para começar, a taxa de evasão é altíssima. Entre os nascidos em 1994, 52%
abandonaram a escola. E, para piorar, os alunos não aprendem o que deveriam. No
Pisa (exame internacional organizado pela OCDE para medir a qualidade do ensino
básico), os brasileiros de 15 anos ocupam o 58º lugar entre os 65 países
avaliados na prova de matemática.
Enfrentamos
Recorde de Mortes por Violência
A crescente violência,
principalmente nos estados do Nordeste, é mais um problema a espera de ser
enfrentado com vigor pelo presidente eleito. Em 2012, o Brasil alcançou o
recorde de 56 000 mortes por violência. As políticas de segurança pública
também precisam ser repensadas, para se concentrar mais em prevenção do que em
punição. Outra iniciativa bem-vinda seria adotar penas alternativas para crimes
brandos. Mas hoje o Brasil tem apenas 20 varas especializadas nessas penas.
Dividida em corporações que não se entendem, a Civil e a Militar, a polícia no
Brasil tem baixíssima eficiência. Hoje, só 10% dos homicídios no Brasil
são solucionados. Nos Estados Unidos a taxa é de 64% e na Inglaterra, de 81%.
Há muito por fazer para que o Brasil deixe de apresentar a cada ano
estatísticas de perdas humanas comparáveis à de guerras.
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