Editorial do Jornal Pequeno
Buracos são lugares imprescindíveis para a
sobrevivência da raça humana. Sem buracos não seria possível respirar,
comer, suar, beber e outras atividades menos cheirosas; mesmo para
aqueles que se alimentam de lagostas e caviar com dinheiro público. Os
buracos estão em todas as partes e se já não existem nas estradas da
Alemanha, já faz muito tempo que fazem parte da paisagem de São Luís e
das estradas do Maranhão.
Buracos também existem na consciência
política do senador José Sarney e da governadora do Maranhão, Roseana
Sarney, que, além de nada fazer para ajudar na recuperação da malha
viária da cidade e do Estado, vinha tomando todos os meses dois milhões
de reais ao município de São Luís, dinheiro que poderia ser aplicado na
tarefa de tapar buracos. Embora já tenha o prefeito Edivaldo iniciado,
pelo bairro São Cristovão, a pavimentação asfáltica da cidade, sem
nenhuma ajuda do governo do Estado, Sarney escreve cobrando a
transformação de São Luis em uma nova Alemanha, na qual os carros
trafeguem em tapetes pavimentados, livres dos solavancos e protegidos os
passageiros de problemas renais.
Mas se a filha do senador, Roseana, foi
governadora quatro vezes e ele, Sarney, chegou à Presidência da
República manipulando, portanto, recursos bilionários, não se explica a
existência de buracos por aqui. A não ser pela maldade de querer
castigar um povo que tanto insistiu até arrancá-los do poder.
Na descrição do ‘Buraco Negro’, a Teoria
Geral da Relatividade explica tratar-se de uma região no espaço da qual
nada escapa; tudo cai no buraco, mesmo os objetos que se movem à
velocidade da luz. É algo semelhante aos buracos nas contas públicas por
onde descem a alegria do povo, a educação, a saúde, a segurança, tudo o
que, cavando insistentemente com sua picareta administrativa, Roseana
Sarney conseguiu tomar ao povo do Maranhão.
No ‘Buraco Negro’ o tempo para e o espaço
deixa de existir. Os buracos nas contas públicas, provocados por
licitações fraudulentas, propinodutos, convênios fantasmas, obras
principais deste governo, fez o Maranhão parar no tempo e deixou sem
espaço e sem futuro sucessivas gerações. Felizmente, a partir do próximo
ano, os Sarney não vão mais administrar o Estado, porque o povo,
cansado dos tantos buracos usados para transferir para alguns poucos
toda a riqueza do Estado, decidiu afastá-los do poder. E São Luís, pela
primeira vez em 50 anos, vai poder contar com o governo do Maranhão.
Sem mais buracos nas contas públicas, sem
propinas oleosas, convênios fantasmas e licitações fraudulentas, será
possível enfrentar a pobreza absoluta no Estado e trabalhar pela melhor
qualidade de vida para o povo de São Luís. E só lembrando que,
finalmente, a oligarquia Sarney está indo para o buraco, Sua Excelência,
o buraco, torna-se cada vez mais importante e imprescindível para todos
nós.
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