O domingo foi de sonhos e premonições para o sargento Sá. Ele
pressentia que algo estava para lhe acontecer.A família teria revelado a
amigos que, desde a manhã, ele estava receoso, temendo sair do
apartamento.
À tarde, aproveitou para dormir um pouco. Ao acordar, falara que
sonhara que estava sendo atacado por alguns elementos. Á noite, quando
decidiu sair para comprar um churrasquinho nas proximidades do
condomínio, a filha teria implorado para que ele não saísse.
Na volta para o apartamento, sofreu o ataque, da forma como sonhara.
Esse foi o relato feito por um amigo do sargento Sá, que mora no mesmo
condomínio.
O sargento Sá era destemido e fazia questão de mostrar isso
abertamente. Mas tinha consciência do risco que corria na atividade
policial, principalmente nessa guerra aberta contra as facções organizadas .
Recentemente, em um velório de mais um PM, o sargento disse que iria
morrer fazendo o que sabia fazer de melhor que era ser policial. Em sua
página no facebook, depois de uma semana do assassinato do policial ‘Dos
Santos’, no Porto de Mocajituba, escreveu: “Uma semana vai fazer sem
nosso PM Dos Santos. Hoje ajudo a carregar meus companheiros. Amanhã
eles me carregarão também”.
Por ser destemido e corajoso, temido por muitos bandidos, o sargento
virou alvo de facções que atuam em várias regiões de São Luís. Sabia que
estava na mira da bandidagem. Aos amigos, dizia que vinha sofrendo
ameaças constantes.
por Gilberto Lima
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