O Maranhão
ocupa a 5ª posição na lista do trabalho escravo e 40% dos trabalhadores
escravizados no Brasil são maranhenses. Quadro que se configurou após
décadas de ausência de políticas públicas para melhorar os indicadores sociais
e do estado, principalmente, nos municípios mais pobres. Com base nesses e em
outros dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), a Comissão para a Erradicação do Trabalho
Escravo no Maranhão (Coetrae) realizará a Caravana da Liberdade. O projeto tem
o objetivo de colocar em prática atividades preventivas e de fiscalização nos
municípios com altos índices de trabalho escravo e infantil. Nesta terça-feira
(18), a Caravana chega Peritoró e na quarta (19) e quinta-feira (20), a Codó.
O presidente
da Coetrae e secretário dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco
Gonçalves, ressaltou que ações integradas como a da Caravana da Liberdade são
necessárias para o enfrentamento do trabalho escravo. “Entendemos que o combate
ao trabalho escravo não é uma ação isolada do Governo do Estado. Só
conseguiremos enfrentar esse problema com o envolvimento de outros órgãos
públicos e de membros da sociedade civil no desenvolvimento de atividades que
tenham como objetivo a erradicação dessa prática criminosa”, destacou.
Na
programação da Caravana da Liberdade estão previstos painéis, oficinas, roda de
conversa, passeatas de mobilização, depoimentos dos trabalhadores resgatados,
exposições fotográficas, serviços de saúde, exibição de vídeos, entre outras
ações. Temas como “Repressão ao Trabalho Escravo no Maranhão e Inserção de
Trabalhadores”, “Educação Popular e Promoção da Equidade em Saúde e relação com
o trabalho escravo e tráfico humano” e "Ações de enfrentamento ao Trabalho
Escravo no MA" serão debatidos durante a Caravana.
Serão
realizadas, ainda, oficinas pedagógicas com temas como: “Promoção dos
Princípios de Educação Popular em Saúde para gestores”; “Relação trabalho
escravo e tráfico humano”; “Cidadania e Documentação Básica”; e “Gestão de resíduos
sólidos e economia solidária para gestores”. Também serão oferecidos serviços
do Viva Cidadão e do Sistema Nacional de Emprego (SINE), como expedição de
carteiras de trabalho e cadastro do trabalhador e jovem aprendiz.
O projeto
conta com o apoio das secretarias estaduais de Direitos Humanos e Participação
Popular, Extraordinária de Juventude, Saúde, Educação, Pesca e Aquicultura,
Desenvolvimento Social, Trabalho e Economia Solidária; do Viva Cidadão; do
Tribunal Regional do Trabalho; do Ministério Público do Trabalho; da
Universidade Federal do Maranhão - Campus Codó; do Ministério Público Estadual;
da Prefeitura de Codó; da Câmara Municipal de Codó; da Prefeitura de Peritoró;
da ONG Plan; da ONG Repórter Brasil; do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Codó; do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Peritoró; e do Centro de Defesa
da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán (CDVDH/CB).
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