Mais de 100 mil pessoas de 46 municípios do
Maranhão serão beneficiadas com o “Programa Água Doce” que visa estabelecer uma
política pública de acesso a água potável para o consumo humano.
Para tratar sobre o Programa, o Sistema de
Agricultura Familiar, composto pela Secretaria de Estado da Agricultura
Familiar e seus órgãos vinculados, Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural (Agerp) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão
(Iterma), se reuniram na tarde desta terça-feira, 27, para realizar a primeira
reunião do Grupo Executivo do “Programa Água Doce”.
O Grupo Executivo é formado por Secretarias de
Estado, entidades da sociedade civil e órgãos federais, como a Universidade
Federal do Maranhão (Ufma).
Durante a reunião foram apresentados aos novos
componentes do Grupo Executivo os objetivos do Programa e o formato do Plano
Estadual que vai delinear quais serão as ações do “Água Doce” no Estado. Foi
tratado, ainda, sobre a realização da 3ª Reunião dos Coordenadores Estaduais e
do Grupo Executivo que será realizado em novembro em João Pessoa (PB).
De acordo com o coordenador Estadual do “Programa
Água Doce”, Rivadavia Santos Júnior, o Programa recupera sistemas hídricos,
salinos ou salobros e atua em comunidades do semiárido e que tem como missão
básica dar acesso a água potável à população por meio da implantação de 150 dessalinizadores
e a implantação de 15 Unidades Demonstrativas completas.
As Unidades Demonstrativas são sistemas
integrados de produção desenvolvido pela Embrapa Semiárido, que reaproveita o
concentrado do sistema de dessalinização minimizando assim, os impactos
ambientais e contribui com a sustentabilidade e geração de renda para as
comunidades beneficiadas.
O coordenador explicou que no primeiro momento,
o sistema de dessalinização torna a água potável para consumo humano; depois, o
concentrado é enviado aos tanques de criação de peixes, sendo a tilápia rosa a
espécie que melhor se adaptou ao sistema; o concentrado da criação de peixes é
aproveitado para irrigação da erva-sal (Atriplex numulária), que por sua vez, é
utilizada na produção de feno; a erva é colocada na forrageira e utilizada como
ração para caprinos e ovinos.
Ao todo, serão destinados para o “Programa Água
Doce” no Maranhão segundo Rivadavia, o valor de R$ 27.104.000 milhões
beneficiando 106 mil pessoas.
“O Programa vai atender uma diretriz do Plano Estadual
que foi elaborado em 2010 e foi reconfigurado em 2015; o “Água Doce” vai atuar em
46 municípios dando ênfase nas regiões dos Cocais e Baixo Parnaíba, desses 46
municípios, 14 fazem parte do “Plano Mais IDH”. Esse Programa tem a missão de
não só garantir água potável às pessoas, mas também de atuar no ponto de vista
de saúde preventiva, de segurança alimentar e de sustentabilidade”, disse o
coordenador.
O Programa será coordenado pela Secretaria de
Estado da Agricultura Familiar (SAF) e vai trabalhar em parceria no
fortalecimento dos demais programas rurais, envolvendo órgãos federais e
estaduais, sociedade civil e populações difusas do semiárido para a execução do
projeto.
O coordenador executivo da Articulação
Semiárido Brasileiro (ASA – Brasil), Juvenal Neres, ressaltou que essa primeira
reunião do Grupo mostra a forte vontade para iniciar o Programa no Maranhão, além
de ter destacado o espaço que o Governo do Estado está dando para discutir o
projeto.
“Por inúmeras pesquisas e visitas à zona rural
do semiárido do Maranhão foram encontrados poços com água salobra e salanizada
e o Programa vai contemplar esses poços existentes para tornar a água potável
para consumo humano, sendo o acesso à água uma política pública fundamental
para o cidadão, ressaltou Neres.
Representando a sociedade civil, o presidente
da ONG Instituto Maranhense de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IMARH),
Denilson Bezerra, contou que o “Programa Água Doce” vai garantir uma melhor
produção da agricultura familiar. Segundo ele, o Maranhão possui rios, mas
muitos municípios não têm acesso à água tratada afetando a saúde das pessoas.
“O IMARH
faz parte do Grupo Executivo e montou o Plano Estadual que tem como objetivo
mapear os municípios que sofrem com a questão da água salobra e em comunidades
rurais. O Maranhão tenta implantar desde 2007 o “Programa Água Doce” e em 2010
foi apresentado o Plano e agora em 2015 foi reavaliado para dar início ao
Programa em 2016”, ressaltou Bezerra.
“Programa Água Doce”
O “Programa Água Doce” é uma ação coordenada
pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com instituições federais,
estaduais, municipais e sociedade civil. O Programa tem o compromisso de
garantir o uso sustentável dos recursos hídricos, promovendo a convivência com
o semiárido a partir da sustentabilidade ambiental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário