A comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar do Maranhão agora acontece de forma sistematizada por meio do projeto Rede Mandioca. O projeto atende a mais de 100 grupos em várias regiões do estado, e a comercialização acontece no Centro de Referência em Comercialização dos Produtos da Rede Mandioca e Agricultura Familiar do Maranhão, conhecida como Quitanda Rede Mandioca.
Como referência na comercialização dos produtos da agricultura familiar, a Quitanda Rede Mandioca orienta os produtores cadastrados a seguir os princípios agroecológicos e as diretrizes da economia popular solidária. Entre os produtos disponíveis para a venda estão derivados de mandioca (como farinhas, mesocarpo e tapioca), produtos do agro extrativismo (azeite e mel), além de itens oriundos da criação de pequenos animais e da produção artesanal.
Atualmente, são atendidas mais de 100 comunidades e grupos filiados, oriundos de todas as regiões do estado. A quitanda é uma alternativa para a comercialização dos produtos de agricultura familiar, cultivados por grupos que recebem apoio técnico, incentivo de crédito e formação sustentável por meio da Cáritas Maranhão, que idealizou e coordena o projeto.
“Pensamos em criar uma articulação que desse visibilidade a essa cultura, ainda tão marginalizada e tão carente de incentivo”, explicou Lucineth Machado, coordenadora da Rede Mandioca, que também esclareceu que o projeto surgiu da percepção da predominância da cultura da mandioca, da agricultura familiar e do agroextrativismo no estado.
O secretário executivo da Cáritas Regional Maranhão, Ricarte Almeida, explicou que a Quitanda Rede Mandioca surgiu como mais uma alternativa para a comercialização dos produtos dos grupos cadastrados. Assim como a Quitanda Rede Mandioca existem outros três centros de comercialização e os produtores também buscam outras opções de escoamento da produção.
“Envolvemos as comunidades cadastradas na compreensão do trabalho coletivo enquanto política pública e a Quitanda Rede Mandioca é mais uma estratégia de venda utilizada pelos grupos cadastrados, que também já perceberam que é possível comercializar com os governos e produzir feiras municipais para vender os produtos”, disse Ricarte Almeida.
O projeto
O projeto Rede Mandioca surgiu para evitar o aliciamento do trabalho escravo no Maranhão. Desde 2004 que a Cáritas Maranhão, em parceria com outras organizações, atua propondo um novo modelo de desenvolvimento neste setor. O projeto iniciou nas comunidades Vila Ribeiro e Riacho do Mel, em Vargem Grande, e já ampliou o atendimento para mais de 20 municípios do estado.
Percebendo que a cultura da mandioca ainda se dava de forma marginalizada, a Cáritas Maranhão elaborou o projeto para dar visibilidade à cultura da mandioca. “A experiência da Rede Mandioca surgiu porque percebemos a ausência de assistência técnica e de políticas públicas para os produtores de mandioca. A ideia não era incentivar a monocultura, mas dar visibilidade a um produto que faz parte da cultura maranhense”, defendeu Ricarte Almeida.
Do Maranhão da Gente
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