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Mensagem da Semana

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Coluna do Magno: Um mito chamado Duque Bacelar…

Do portal gaditas 
Existem coisas na vida das quais não se pode fugir. Falar sobre o meu pai, sua vida e morte, embora penoso é um dever que a consciência  me impõe. Não para defendê-lo, pois a sua conduta retilínea e honrada construíram a sua própria história. O intuito é separar o homem do mito, do lendário popular.
Duque e Flory
Duque Bacelar e a filha Flory Bacelar ainda jovem
Raimundo de Melo Bacelar, primeiro filho de Maria Rosa de Mello Bacelar e Antonio José Martins, nasceu em Coelho Neto no dia 5 de outubro de 1897. Autodidata, elaborou os próprios livros (precursor da apostila) com os quais aprendeu o suficiente para ampliar o horizonte e tornar-se um vitorioso diferenciado no seu tempo. Com a morte do pai e do único irmão Floriano de Mello Bacelar tornou-se chefe de família precocemente assumindo a mãe e a irmã Maria de Mello Bacelar.
Ainda na adolescência trabalhou no comércio de Coelho Neto e Parnaíba no Piauí. Decidiu-se por trabalhar por conta própria, mudou-se para a pequena propriedade rural Olho d’ Água Pequeno, no interior do município, onde entregou-se totalmente à atividade agrícola. Inicialmente, por falta de recursos para custear os tratos culturais, trocava diárias com os vizinhos e sobrevivia da comercialização daquilo que produzia.
Após fazer o casamento da irmã e fixar a mãe no sítio Boa Vista, Raimundo de Melo contraiu núpcias  com Maria Machado Bacelar continuando a viver na diminuta gleba herança de família. Do casal nasceram 18 filhos sendo que apenas onze sobreviveram ao parto.
Com muita persistência e tenacidade Raimundo amealhou recursos, reinvestiu no aumento de patrimônio, preferencialmente na aquisição de terras. Como tudo tem um preço, à medida que crescia economicamente, despertava a inveja e o temor nas classes dominantes e parasitárias do município. Obstinado pelo trabalho, de espírito forte e sem tempo para prestar reverências, representava um sério obstáculo à mesmice do atraso e da inércia.
O Empreendedorismo de Duque Bacelar
Jornal Diário de São Luís de 28 de agosto de 1948 destaca espírito empreendedor de Duque Bacelar
Ameaças e perseguições não o atemorizaram, resistiu abrindo espaço e golpes torpes dos retrógrados. Calúnias, intrigas e atendados, características dos fracos e covardes, não o abateram, era preciso continuar avançando. Suas vitórias foram aplaudidas, aumentadas e transformadas pelo lendário popular. Com a ampliação dos deveres e compromissos veio a necessidade de mudar-se para mais próximo da cidade e interagir com ela.  Comprou a fazenda ITAPIREMA,  deu visibilidade às posições defendidas e definiu o destino da família. Foi quando encampou o apelido pejorativo com o qual lhe haviam cognominado. “DUQUE” transformou-se, legalmente, em nome de família e marco na história do Maranhão.
Duque Bacelar assassinado
Todos os jornais da época noticiaram a trágica morte de Duque Bacelar assassinado em Coelho Neto no dia 21 de junho de 1954
Raimundo de Mello Bacelar, o Duque, homem de visão futurista e destacado por suas idéias  avançadas contribuiu  decisivamente para as mudanças hoje alcançadas.  Produto do meio, foi vítima dos métodos e do tempo em que viveu.
*Dr. Magno Bacelar é advogado e exerceu os cargos de deputado estadual, deputado federal, senador da república, vice-prefeito de São Luís e prefeito de Coelho Neto.

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