Uns sutis, outros ardentes. Uns complicados, outros feito brincadeira de adolescente. Uns passageiros, outros eternos. Assim é o amor, imprevisível e incontrolável. Apesar do meu jeito cauteloso e planejador, foi justamente no romance que julguei ser apenas mais um entre outros, que fui feliz.
E olha que essa foi só mais uma armadilha da vida. Do início intenso e conturbado fomos direto enfrentar um dos maiores vilões dos casais: trabalhar juntos. Realmente não é fácil, o cotidiano te apresenta situações difíceis e ainda hoje levo as mãos à cabeça pedindo que o assunto trabalho se encerre em casa. Mas nessas horas entra em ação a magia do relacionamento, e feito dois jovens mudamos o assunto para abobrinhas, ou até mesmo para um papo picante, transformando-o em algo danado de bom.
Já dizia Chico Buarque, “o sangue errou de veia, no armário o meu paletó enlaça o teu vestido”. E já são mais de 30 anos assim. Descobrindo a cada dia uma nova virtude, se apaixonando sempre por suas qualidades. Cuidando e sendo cuidado. Protegendo e sendo protegido. E não adianta dizer que precisa respirar, que se sente sufocado, pois o instante que se passa sozinho trás consigo o terrível sentimento de estar perdido.
Muitos amores começam com uma paixão, felizes são os que eternizam no respeito e na admiração. Aos 80 anos, meu pai ainda chamava minha mãe de “neném”. Espero alcançar essa graça de chegar aos 80, pois a graça de me apaixonar por minha namorada todos dias eu já tenho.
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