A Presidência da República ocupou o topo dos gastos com
publicidade da administração federal. No ano que fechou o primeiro
mandato da presidente Dilma Rousseff, os desembolsos em campanhas
chegaram a R$ 210,9 milhões. Os gastos do órgão superaram Pastas com
propostas importantes no setor, como o Ministério da Saúde, responsável
por campanhas que promovem informação ao cidadão sobre os direitos de
acesso aos serviços de saúde.
A maior parcela dos gastos da Presidência foi destinada à publicidade
institucional, que tem como meta a divulgação de informações sobre
atos, obras e programas governamentais. Essa categoria da despesa somou
R$ 161,7 milhões da verba utilizada pela Presidência.
Dentre as campanhas institucionais da Pasta em 2014 está a que visou
dar visibilidade e sustentação à atuação do governo federal na
realização da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, “fortalecendo atributos
positivos da imagem do País”. O conceito publicitário adotado foi “A
Pátria de Chuteiras vai entrar em campo. Vibra Brasil!!!”, e a campanha
contou com filme, spot , vinheta eletrônica, anúncio para revista e
jornal, mobiliários urbano e painéis.
Já a publicidade de utilidade pública, que tem objetivo de informar e
orientar a população para adotar comportamentos que tragam benefícios
reais na melhoria da qualidade de vida, recebeu R$ 48,3 milhões dos
cofres da Presidência.
As agências de publicidade que receberam por serviços de publicidade
de utilidade pública e institucional da Presidência da República foram
Propeg, Nova/SB, Leo Burnett e Art Printer Gráficos Ltda.
O órgão ainda destinou R$ 707 mil em serviços de publicidade legal.
Essa categoria da publicidade utilizada pelo governo federal é
responsável pela publicação de avisos, balanços, relatórios e outros
comunicados de órgãos e entidades da administração pública federal
obrigados a divulgar por força de lei ou regulamento. A EBC Serviços
distribui aos veículos de comunicação a publicidade legal dos órgãos
federais.
O Ministério da Saúde, que tradicionalmente ocupa a ponta das
despesas com publicidade, fez o caminho inverso nos gastos de R$ 209,9
milhões realizados no ano passado. A publicidade de utilidade pública é
responsável por 90% da verba desembolsada pelo órgão (R$ 188 milhões).
Já a publicidade institucional da Pasta somou apenas R$ 3,7 milhões. A
publicidade legal levou R$ 18,3 milhões dos cofres da saúde.
A cargo do Ministério da Saúde esteve, por exemplo, a campanha de
combate à dengue no ano passado, que chamava atenção para o aumento do
perigo da doença e da responsabilidade da população em ajudar na
diminuição dos casos. A Pasta também realizou campanhas para promover a
prevenção às DST’s e aids, a tuberculose e a hanseníase, dentre outras.
Gastos gerais
Ao todo, os gastos com publicidade do governo federal atingiram R$
1,1 bilhão em 2014. O montante é 10% maior do que o desembolsado em
2013. O aumento geral acontece no ano em que o Brasil vivenciou as
eleições mais acirradas da sua história. O crescimento dos gastos com
propaganda é uma tendência comum em anos eleitorais, quando os governos
se dedicam à divulgação das atividades realizadas durante o mandato.
A maior parte dos recursos foi destinada aos serviços de publicidade
de utilidade pública: R$ 441,1 milhões. O montante total destinado às
campanhas institucionais foi de R$ 331,7 milhões. Outros R$ 231,9
milhões destinados aos serviços de publicidade legal.
Na conta de gastos do governo federal com publicidade ainda é
possível encontrar os serviços “mercadológicos”, para os quais foram
aplicados R$ 53,8 milhões em 2014. Esse tipo atividade se destina a
lançar, modificar, reposicionar ou promover produtos e serviços de
entidades e sociedades controladas pela União que atuam numa relação de
concorrência no mercado. Em resumo, essa modalidade de propaganda serve
para promover produtos e serviços.
Outros órgãos
Apesar de não atingirem mais de R$ 200 milhões com gastos em
publicidade, como a Presidência da República e o Ministério da Saúde,
outras Pastas também apresentam números relevantes com as rubricas. O
Ministério das Cidades, por exemplo, ocupou o terceiro lugar no ranking,
com desembolsos de R$ 179,9 milhões. A Pasta realiza campanhas para a
redução de acidentes de trânsito.
Já o Ministério do Turismo destinou R$ 102,8 milhões para publicidade
no ano passado. Além de incentivar brasileiros e estrangeiros a
viajarem pelo país e os profissionais do setor a comercializarem
destinos nacionais, a Pasta também foi responsável pela campanha contra a
exploração sexual de crianças, que aconteceu durante a Copa do Mundo.
FONTE: Veja
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