Sede da Rio+20, Riocentro tem sanduíche a R$ 18 e pouca opção de comida saudável

Rio - Aberta oficialmente nesta quarta-feira pela presidenta Dilma Rousseff, a Rio+20 tem contrariado a política de sustentabilidade quando o assunto é alimentação. Fast-food, salgadinhos fritos e refrigerantes são os itens que se misturam às poucas opções de comidas orgânicas e naturais oferecidas na praça de alimentação da conferência.
Os preços dos produtos também fogem ao discurso do evento e segregam. Muitas pessoas têm levado comida de casa, porque, no local, uma fatia de pizza custa R$ 12, o quilo de comida, R$ 52 e um cafezinho, R$ 4.

Estande da Itália no Parque dos Atletas, próximo ao Riocentro, mostra soluções de desenvolvimento “Isso é o que eu chamo de hipocrisia verde da Rio+20. Nossa ideia era que toda alimentação da Cúpula dos Povos fosse oriunda dos agricultura familiar, dos assentamentos da reforma agrária.
Estaríamos praticando uma economia ecológica. Cada pessoa levaria sua caneca para não ter consumo de copos plásticos, por exemplo. Mas não houve interesse dos governantes”, disse o ambientalista e membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, Sérgio Ricardo.
Voluntário da Rio+20, o universitário Mauro Almeida, 23, levou sua própria comida, por causa dos altos preços. “Paguei R$ 18 por um sanduíche. Trouxe comida de casa, mas confiscaram meus talheres”, contou. A conta no bolso de quem foi à Rio+20 de carro, no entanto, pode ficar ainda mais pesada.

O índio Ubiranã se perdeu rumo ao Riocentro Secretária Especial de Ordem Pública emitiu no primeiro dia multa para 344 veículos e rebocou 32: todos estacionados irregularmente no entorno do Riocentro.
Fundo ambiental de R$ 60 bilhões
Um fundo de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 60 bi) por ano pode ser criado para fomentar iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável no mundo. A proposta do G77 + China, grupo que concentra grande parte dos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, foi anunciada pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador do Brasil na Rio+20.

proposta é possível solução para o tópico “meios de implementação”, um dos considerados mais difíceis do acordo final. “Estamos animados para ter um texto robusto, digno da presença de tantos chefes de Estado”, explicou. O secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, pediu aos
No seu discurso nesta quarta-feira, no Parque dos Atletas, para a inauguração do Pavilhão Brasil, a presidenta Dilma Rousseff reafirmou o compromisso do País de reduzir a desigualdade de forma definitiva e preservar o meio ambiente.
“Não consideramos que o respeito ao meio ambiente só se dá em fase de expansão do ciclo econômico (...) Temos clareza que a questão da inclusão social, da distribuição de riqueza para as pessoas, é elemento crucial de qualquer política econômica em qualquer tempo”, disse.
Do lado de fora do evento, algumas pessoas tentavam entrar e conseguir credencial. “Deram o endereço errado para o pessoal da minha tribo. Ninguém consegue uma informação correta aqui”, reclamou o índio pataxó Ubiranan Silva, 27.