O senador e ex-presidente José Sarney, de 83 anos, que se encontra hospitalizado desde quarta-feira, foi transferido para uma unidade de terapia intensiva (UTI) com um quadro de infecção pulmonar, informaram nesta sexta-feira os médicos que o atendem.
Segundo um boletim divulgado pelo Hospital Sírio Libanês, onde o ex-mandatário está internado, seu estado se agravou nas últimas horas, nas quais apresentou "febres altas e tremores", produto de um "derrame pleural bilateral" e uma "acumulação de líquidos" entre duas membranas da região pulmonar.
Sarney, nascido em 24 de abril de 1930, governou o país entre 1985 e 1990, tendo dedicado mais de 60 anos de sua vida à política.
José Sarney está na vida pública desde meados de 1950 e durante a a ditadura (1964-1985) serviu aos militares como chefe de partido e senador, embora depois tenha dado as costas e se unido aos setores democráticos do conservadorismo nacional.
Em 1985, nas primeiras eleições convocadas pelo regime militar, foi candidato a vice-presidente, mas acabou governando o país pela morte de seu companheiro de partido e presidente eleito, Tancredo Neves, dias antes da posse.
Sarney guiou o Brasil na transição rumo à democracia em um período em que a sombra da ditadura estava latente e também levou às primeiras eleições diretas, realizadas em 1989 e nais quais Fernando Collor saiu vencedor, mas foi destituído em 1992 por corrupção.
Há duas décadas, Sarney é o principal dirigente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), a principal força política do país e um pilar fundamental na coalizão que respaldada pela presidente Dilma Rousseff.
Sarney presidiu o Senado quatro vezes, no qual ocupa uma cadeira desde 1991.
Em fevereiro de 2009, quando assumiu pela última vez a Presidência do Senado para um período que acabou este ano, pronunciou um discurso no qual abundou em lembranças e assegurou que "até as paredes e os corredores" o conhecem como o legislador mais veterano, com mais de meio século "de mandatos acumulados" como deputado e senador.
Além disso, o ex-líder disse que começava a sentir "o gosto da despedida", pois afirmou que seu atual mandato, que terminará em 2014, será "o último" de sua vida.
O veterano político é reconhecido, além disso, por suas obras literárias, pelas quais desde 1980 ocupa o assento número 38 na Academia Brasileira de Letras.
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