O presidente interino da Câmara,
deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu nesta segunda-feira (9) anular
a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ocorrida no dia
17 de abril. Ele acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José
Eduardo Cardozo.
O deputado do PP, que substituiu Eduardo
Cunha na presidência da Câmara na semana passada depois que o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu afastar o peemedebista do comando da casa
legislativa, marcou uma nova votação do pedido impeachment para daqui a
5 sessões do plenário da Câmara. Em nota divulgada à imprensa, Maranhão
diz que a petição da AGU ainda não havia sido analisada pela Casa e
que, ao tomar conhecimento dela, resolveu acolher. Na decisão, ele
argumenta “ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão
em questão”.
Para Maranhão, os partidos políticos não
poderiam ter fechado questão a favor ou contra o impeachment. Quando há
o chamado fechamento de questão, os deputados devem seguir a orientação
partidária sob pena de punição, como expulsão da legenda.
“Não poderiam os partidos políticos
terem fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares
votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de
acordo com as suas convicções pessoais e livremente”, destacou o
presidente em exercício da Câmara na decisão.
Maranhão argumenta ainda que os
deputados não poderiam ter anunciado suas posições antes da sessão da
Câmara que decidiu dar continuidade ao processo de afastamento da
presidente Dilma. Ele também afirma que a defesa de Dilma deveria ter
tido o direito de falar durante a votação do impeachment.
“Não poderiam os senhores parlamentares
antes da conclusão da votação terem anunciado publicamente seus votos,
na medida em que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa ao amplo
direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo,
não poderia a defesa da senhora Presidente da República ter deixado de
falar por último no momento da votação, como acabou ocorrendo”, afirma.
G1.
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