A partir de hoje, o site Maranhão da Gente publica uma série de sete matérias sobre a atuação do senador José Sarney (PMDB-AP) no regime militar (1964-1985). Nestes 21 anos em que os generais comandaram o país, Sarney sempre foi aliado dos militares deixando de apoiá-los, somente em 1985, quando foi para o PMDB, partido de oposição, e fez parte da chapa de Tancredo Neves no colégio eleitoral. Por uma ironia do destino, com a morte de Tancredo às vésperas da posse, um apoiador do regime militar tornou-se o primeiro presidente da República após o fim da ditadura.
Com golpe de 1964, foi instituído o bipartidarismo e apenas dois partidos a Arena ( ligada aos militares) e o MDB (partido da oposição) podiam participar da vida política nacional. Sarney era da UDN, partido que fez intensa campanha em favor do golpe e com a implantação do bipartidarismo se filiou na Arena (Aliança Renovadora Nacional), legenda criada para dar sustentação política a ditadura.
No Senado, José Sarney vestia de forma entusiasmada a “camisa do governo” e atuando como parlamentar da Arena estava sempre alerta na defesa da “revolução”, termo usado por ele para se referir ao “golpe de 1964”, quando discursava no plenário, usando a tribuna na condição de aliado dos generais.
Em outubro de 1975, durante o governo do general Ernesto Geisel, o regime militar enfrentava críticas constantes da oposição, que tinha entre os líderes Ulisses Guimarães, do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Em discurso noticiado pelo “Jornal do Brasil” em outubro 1975, Ulisses Guimarães foi duramente criticado por Sarney que o chamou de “Euriloco, o afoito”, em uma alusão ao personagem da Odisseia, célebre obra da mitologia Grega que tem Ulisses como principal destaque.
A crítica, associando o nome do líder da oposição a personagens da literatura, realçava o tom irônico com o qual Sarney dedicava-se a combater no Senado, a oposição ao regime militar. A matéria traz ainda a resposta de Ulisses Guimarães às declarações de Sarney. Na ocasião, ele considerou o discurso de Sarney o reflexo do desejo “ sequioso de agradar os poderosos”.
MATÉRIA DO JORNAL DO BRASIL , PUBLICADA EM OUTUBRO DE 1975 NA QUAL SARNEY ATUA NA DEFESA DO REGIME MILITAR E CRITICA ULISSES GUIMARÃES
Do MARANHÃO DA GENTE
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