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O
ex-secretário da Casa Civil do Governo do Maranhão, João Guilherme Abreu, uma
das quatro pessoas apontadas pela contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire
Bonfim Poza, de participar de uma reunião em que foi acertado o pagamento de
propina no valor de 6 milhões de reais ao governo do estado, é sócio do senador
José Sarney (PMDB-AP) em um shopping da capital maranhense, São Luís.
José Sarney |
Ex chefe da casa Civil do Governo Roseana João João Abreu |
Segundo
depoimento de Meire Poza à Polícia Federal, revelado nesta segunda pelo Jornal
Nacional, a propina teria sido paga ao governo para que a empresa UTC/Constran
furasse a fila dos precatórios e recebesse os 120 milhões de reais que o
governo do Maranhão lhe devia antecipadamente.
Segundo a
contadora, no dia 10 de setembro de 2013, houve uma reunião para acertar os
detalhes do acordo com João Guilherme Abreu, a procuradora-geral Helena Maria
Cavalcanti Haickel e mais dois integrantes do governo.
Depois
disso, os pagamentos foram liberados. Até o momento, 33 milhões de reais já
foram pagos. Youssef receberia 12 milhões de reais por ter intermediado o
acordo.
Ana Clara
Murad Sarney ao lado da tia Roseana Sarney
Ainda
segundo a contadora, um assessor do governo teria dito a Adarico Negromonte,
irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que 300 000 reais entregues
por ele como parte do acordo era pouco e por isso teria que consultar a
governadora Roseana Sarney para saber se ela aceitaria apenas essa quantia.
Abreu é um
dos três administradores do shopping Jaracati junto com Ana Clara Murad Sarney,
neta do senador e filha de Fernando Sarney. No quadro societário do shopping
constam três empresas: Adpart Administração LTDA (de propriedade de José
Sarney, cuja procuradora é a neta Ana Clara) com 15% de participação, JGT
Participações LTDA (de propriedade de João Guilherme de Abreu) com 22% e
Niagara Empreendimentos LTDA (de propriedade de Severino Francisco Cabral) com
63%.
Não é a
primeira vez que Abreu se envolve em negócios e confusões com a família Sarney.
Tanto ele quanto Severino Francisco Cabral, o sócio majoritário do shopping,
fizeram parte do quadro societário da Lunus Participações, antiga empresa de
Roseana Sarney e do marido Jorge Murad.
Em março de
2002, a Polícia Federal encontrou 1,34 milhão de reais escondidos no cofre da
empresa, que funcionava como comitê da pré-campanha de Roseana à presidência
pelo então PFL. Depois de apresentar oito versões diferentes para explicar a
origem do dinheiro – nenhuma delas convincente – a candidatura de Roseana
acabou sendo sepultada. Espera-se que a polícia investigue a fundo essa rede
corrupto-político-empresarial.
O caso – A
contadora participou de algumas das maiores operações do grupo acusado de lavar
10 bilhões de reais de dinheiro sujo, parte desviada de obras públicas e
destinada a enriquecer políticos corruptos e corromper outros com o pagamento
de suborno. Em VEJA desta semana, ela revelou que parlamentares notórios,
partidos e empreiteiras participavam das tramas.
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