O governador do Maranhão, Flávio Dino,
falou em uma de suas redes sociais sobre o problema enfrentado com
algumas das empresas terceirizadas, contratadas pela gestão anterior.
Estas empresas não têm apresentado as notas fiscais relativa ao mês de
janeiro, impossibilitando a efetivação do pagamento. Ainda nas redes,
Flávio Dino falou do pagamento de mais de R$87 milhões para Saúde,
dívida deixada pela dupla Ricardo Murad (ex-secretário de saúde) e
Roseana Sarney.
O assunto sobre as dívidas deixada pela
gestão anterior se estendeu, e rendeu nesta semana à plenária da
Assembleia Legislativa. Os deputados Othelino Neto e Levi Pontes
contestaram as declarações proferidas pela deputada Andrea Murad (PMDB),
que acusou, na tribuna, o governo do estado de deixar atrasados os
pagamentos dos funcionários terceirizados da rede estadual de Saúde.
O primeiro a tratar do assunto foi o
deputado Othelino Neto, informando que a gestão anterior deixou R$ 59
milhões de débitos relativos à folha de pagamento, inclusive débitos
relativos a serviços prestados por Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público (Oscips).
“Foram R$ 59 milhões relativos só ao
período de 15 de novembro a 15 de dezembro. Foram R$ 59 milhões que o
governo anterior não pagou e não deixou o dinheiro em caixa para pagar
como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, houve crime
de improbidade administrativa, podendo o gestor responder criminalmente.
Deixou 31 milhões em aberto referentes aos terceirizados no período de
16 a 31 de dezembro”, afirmou Othelino Neto.
Em seu discurso, ele criticou a
realização de obras de fachada, na área da Saúde, durante a gestão
passada. “Falo de vários hospitais que foram inaugurados, em tese, só
para a mídia, mas que permaneceram fechados. Houve até casos em que
equipamentos foram levados de um hospital para outro para inaugurar e
bater a foto, depois disso fechando o hospital e o equipamento voltou
para o outro. Até isto aconteceu, não bastassem os “elefantes brancos”
que foram construídos no Maranhão, até isso fizeram”.
Othelino Neto afirmou que a deputada
Andrea Murad tem ocupado a tribuna para disseminar notícias sem
fundamentos, com a intenção de que sejam propagadas como se fossem fatos
verdadeiros. O deputado acrescentou que os Socorrões estão superlotados
porque o estado não fez a sua parte, que seria a de colocar os
hospitais para funcionar de forma adequada.
“Tem município onde tem um hospital
macrorregional e outro vizinho também tem, não se respeitou sequer a
disposição regional desses hospitais. É por isso que os Socorrões
estavam superlotados, quando eles poderiam estar melhor”, afirmou
Othelino, lembrando que quando o prefeito Edivaldo Holanda Júnior
procurou o antigo governo para celebrar uma parceria na saúde, recebeu
uma proposta indecorosa.
Segundo Othelino, a proposta indecorosa
foi a seguinte: dos R$ 110 milhões que eram repassados pelo SUS para o
município de São Luís, o então secretário Ricardo Murad sugeriu que a
Prefeitura abrisse mão de R$ 77 milhões para que o Estado pudesse
administrar o sistema. “Ou seja, Ricardo Murad queria fazer uma
intervenção no Sistema de Saúde Pública de São Luís. Ora, se não
conseguiu cuidar direito da Saúde do estado, iria cuidar direito da
Saúde de São Luís?”, questionou.
Ao encerrar seu discurso, Othelino Neto
disse que na gestão de Ricardo Murad havia um contrato pelo qual um copo
de leite de 200 ml custava, para o povo do Maranhão, R$ 10,90.
No mesmo tom do deputado Othelino Neto, o
deputado Levi Pontes contestou a deputada Andrea Murad e saiu em defesa
do atual secretário de Saúde do Estado, Marcos Pacheco. Levi Pontes
frisou que a deputada Andrea Murad está dando a impressão de sentir
saudades do tempo em que o pai, Ricardo Murad, exercia o cargo de
secretário estadual de Saúde.
“A deputada está com saudosismo da forma
como o seu pai administrava a Secretaria de Saúde. Talvez a sua memória
seja seletiva e ache que o doutor Marcos Pacheco tenha que ser também
um tratorzão e levar tudo na frente sem ouvir o governador, fazendo as
próprias Leis do SUS sem obedecer nenhum critério de descentralização,
criou uma PPI própria para o estado, desafiando até o próprio Ministério
da Saúde”, frisou Levi Pontes.
Ele acrescentou ainda que há uma
situação crônica do sistema de saúde do Maranhão, por falta de hospitais
de apoio para assegurar primeiro o atendimento de urgência e emergência
ou do pronto atendimento e haja unidades funcionando para dar apoio e
esvaziar corredores dos hospitais públicos.
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